Poeiras !

Existem muitos tipos de partículas suspensas no ar do ambiente onde o homem vive, porém algumas são peculiares do ambiente de trabalho. A variedade de poeiras às quais os trabalhadores estão expostos, na forma de substância pura ou em misturas, é muito grande.

A inalação é a forma mais comum de entrada das poeiras no organismo. Os efeitos das poeiras inaladas dependem das espécies químicas que as compõem, da sua concentração no ar, do local de deposição no sistema respiratório e do tempo de exposição do trabalhador a essas poeiras. O tamanho da partícula inalada é o fator que determina o local de deposição no organismo e o potencial de risco da exposição, uma vez que nem toda partícula consegue penetrar no trato respiratório, e dentre as que penetram nem todas chegam ao pulmão.

O risco à saúde pode ser avaliado adequadamente somente depois de se medir o número relativo de partículas insolúveis, pequenas e grandes, presentes no ambiente. As partículas grandes insolúveis são capturadas nas passagens nasais e vias aéreas superiores, e são rapidamente eliminadas pela tosse, espirro ou engolidas.

Elas são preocupantes no trato respiratório superior somente se produzirem irritação local ou propagação para tecidos adjacentes contatados. Entretanto, se partículas grandes são solúveis, elas podem ser absorvidas e transportadas para um órgão crítico ou de concentração após a dissolução nos fluídos presentes no organismo humano.

Já as partículas pequenas insolúveis podem se depositar nos espaços mais profundos do pulmão. Elas podem ser removidas pelos processos fisiológicos de proteção e limpeza ou podem ser retidas no corpo por longos períodos. A combinação desses diversos processos governa o potencial de risco das poeiras.

Métodos para medição de tamanho de partícula em aerodispersóides são pesquisados desde o início do século XX. O interesse por essa área tem sido mais intenso nos últimos 30 anos, estimulado pelo aumento da poluição urbana, por estudos sobre doenças ocupacionais causadas pela exposição a poeira e pelo desenvolvimento de dispositivos para controle de salas limpas destinadas a trabalhos com componentes eletrônicos.

Muitos métodos para a medição de tamanho de partícula foram refinados ou desenvolvidos durante esse período, partindo da microscopia para métodos instrumentais automatizados. As técnicas utilizadas para determinação da distribuição de tamanho de partícula devem levar em consideração as necessidades da Higiene Ocupacional. Os resultados de distribuição de tamanho de partícula podem ser associados aos métodos comumente usados para identificação e determinação de concentração, fornecendo, assim, mais informações sobre os riscos nos ambientes de trabalho. 

Ao se estudar as poeiras, deve-se ter em mente que, em quantidade excessiva, elas sobrecarregam os sistemas de proteção e limpeza do organismo, favorecendo a instalação de doenças respiratórias. Para qualquer tipo de poeira, o grau de risco para a saúde depende do tipo de exposição e de fatores individuais. A exposição é caracterizada principalmente pelo tipo de poeira, sua concentração no ar e duração da exposição. Os fatores individuais consideram a constituição geral e estado de saúde do indivíduo exposto (no caso, o trabalhador), o que inclui o estado funcional do trato respiratório superior, o funcionamento e estrutura dos pulmões, o estado imunológico geral e reatividade bioquímica. Todos esses fatores desempenham seu papel na origem de doenças respiratórias.


Fonte: higieneocupacional - Publicação fundacentro - O tamanho das particulas no ar.

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